CASTRO ALVES (Antônio Frederico de), poeta romântico brasileiro (Muritiba, BA, 1847 - Salvador, BA, 1871). Maior vulto do condoreirismo(estilo poético grandiloqüente, de caráter social e político, patriótico) no país. Sua obra, das mais lidas e populares, é cheia de lirismo, de um lado, e de ideais humanitários, de outro. Utiliza uma linguagem pomposa, cheia de hipérboles e antíteses.
Formação. Antônio Frederico de Castro Alves é do sertão baiano. A fazenda em que nasceu ficava a 41 km de Curralinho (hoje Castro Alves). Estudou humanidades em Salvador, e, em 1864, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife. Logo se destacou por suas qualidades de poeta e orador de idéias liberais e republicanas. São desse tempo algumas de suas poesias mais conhecidas (Navio Negreiro, Vozes d'África) e os primeiros sintomas da tuberculose que o matou aos 24 anos.
Entusiasmado pelo teatro e sua gente, apaixonou-se em 1866 por Eugênia Câmara, atriz portuguesa dez anos mais velha que ele, mulher exuberante e livre. Na faculdade, foi colega de Tobias Barreto; travou com ele famosas polêmicas literárias no teatro Santa Isabel. Em meio a versos ardentes sobre a Guerra do Paraguai e a Abolição. Por essa época começou a escrever seu único texto para teatro, Gonzaga Ou a Revolução de Minas (publicado em 1875).
A Curta Vida.Sem terminar o curso, Castro Alves deixou Recife e partiu para Salvador, onde foi encenada sua peça. Eugênia era a estrela. De viagem para São Paulo, passou pelo Rio de Janeiro, onde recebeu a homenagem pública de José de Alencar e Machado de Assis. Matriculou-se no terceiro ano da Faculdade de Direito de São Paulo, mas abandonou-a em 1868.
O ciúme exagerado do poeta acabou por abalar sua relação com Eugênia Câmara. Castro Alves rompeu definitivamente com seu grande amor e entrou em profunda depressão. Para distrair-se, passou a caçar. Em uma caçada, ao saltar um riacho, sofreu um acidente: sua espingarda disparou, atingindo-o com uma carga de chumbo no pé. O ferimento infeccionou-se, agravou-se a tuberculose e ele foi levado para o Rio de Janeiro, onde amputaram-lhe o pé. A operação teve de ser a sangue frio, pois não era conveniente usar um anestésico à base de clorofórmio mediante seu estado pulmonar. Sob ameaça de gangrena, regressou à Bahia, no final de 1869. Levou consigo o livro Espumas Flutuantes, único que viu publicado em vida (1870). Procurou melhorar de saúde em Curralinho, voltou a Salvador e faleceu pouco depois.
O Homem e a Obra.Castro Alves viveu sempre cercado de mulheres, amado e admirado pelas multidões, que arrebatava com sua palavra inflamada. É o poeta mais apreciado do fim do romantismo. Sua obra é mais de efeitos altissonantes que de conteúdo; entretanto, é sincera e atinge, em certas passagens, grande expressividade. Após 1864, sua obra tomou posição política francamente participante, inspirando-se nos ideais do século, como justiça e liberdade. São assim as composições O Livro e a América,Pesadelo de Humaitá, Pedro Ivo, Ode ao Dous de Julho, Deusa Incruenta.
Sua visão da escravatura comoveu o público e conseguiu atrair a admiração de contemporâneos seus e da crítica moderna. Mas parece estarem na poesia lírica seus melhores momentos de criador: Murmúrios da Tarde, Ave de Arribação, O Laço de Fita, Hebréia, Adormecida, Os Três Amores, Quando Eu Morrer, Coup d'Étrier, Mocidade e Mortee nos poemas inspirados por Eugênia Câmara, como O Tonel das Danaides, Hino ao Sono, O Gondoleiro de Amore Tarde.
Com exceção de Espumas Flutuantes, toda a obra de Castro Alves encontrava-se dispersa em jornais, revistas ou manuscritos quando o poeta morreu. Sua edição é, portanto, póstuma: A Cachoeira de Paulo Afonso (1876), Os Escravos (1883), Hinos do Equador (publicados na edição das Obras Completasdo poeta organizada por Afrânio Peixoto, em 1921).
2006-07-30 08:51:50
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answer #2
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answered by Diego 2
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Não podemos desrespeitar o maior defensor da escravatura em solo brasileiro. O grande poeta baiano Antônio de Castro Alves pertenceu ao período Romântico, mais especificamente à terceira geração romântica, denominada condoreira, em virtude da luta social, da bandeira que levantavam em defesa dos menos favorecidos, neste caso os escravos, se tiver interesse, leia África, obra do autor.
2006-07-27 11:19:36
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answer #5
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answered by edi 5
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