A Inconfidência Mineira foi uma conspiração que ocorreu em 1789 em Vila Rica, hoje Ouro Preto. Entre os fatores que determinaram o movimento destacam-se:
Os excessos cometidos pelas autoridades escolhidas pelo governo português para administrar a região das minas.
A decadência da produção de ouro, que se acentuou a partir dos meados do século XVIII, e o sistema de cobrança dos quintos devido à Coroa. Quando o ouro entregue não perfazia 100 arrobas (cerca de 1500 quilos), era decretada a derrama, ou seja, o que faltasse seria cobrado de toda a população, pela força das armas. Os excessos cometidos pelas autoridades por ocasião da derrama levaram o povo ao desespero.
As idéias de liberdade trazidas por estudantes brasileiros que tinham realizado cursos superiores na Europa .
O conhecimento da independência dos Estados Unidos, cujos colonos, revoltados também contra o sistema fiscal de sua metrópole, tinham se libertado da Inglaterra.
Entre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José de Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa; o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, os coronéis Domingos de Abreu e Joaquim Silvério dos Reis (um dos delatores do movimento); os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga.
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, era provavelmente o participante da conspiração de menor posição social (era alferes e dentista prático). No entanto, foi o único a assumir a responsabilidade pelo movimento. Negando a princípio sua participação, Tiradentes assumiu posteriormente toda a responsabilidade pela Inconfidência, inocentando seus companheiros.
Os planos dos inconfidentes eram:
estabelecer um governo independente de Portugal;
criar uma universidade em Vila Rica;
criar indústrias
fazer de São João del-Rei a nova sede da capitania.
Os conspiradores haviam planejado adotar uma bandeira, que conteria a frase latina Libertas quae sera tamen (Liberdade ainda que tardia) e que inspirou a bandeira do Estado de Minas Gerais.
A revolta deveria iniciar-se no dia a derrama, que o governo programava para 1788 e acabou suspendendo quando soube da conjuração.
Os Inconfidentes pensaram ainda em conseguir auxílio estrangeiro para garantir o sucesso do levante. Em 1786, o estudante José Joaquim da Maia teve um encontro na França com o ministro americano Thomas Jefferson, com essa finalidade. O estudante não chegou a retornar ao Brasil, falecendo na Europa.
Os planos dos inconfidentes foram frustrados porque três participantes da conspiração procuraram o governador, Visconde de Barbacena, para delatar o movimento. Foram eles: o coronel Joaquim Silvério dos Reis, o tenente-coronel Basílio de Brito Malheiro do Lago e o mestre-de-campo Inácio Correia Pamplota.
Tão logo ficou ciente da revolta que estava para eclodir, o Visconde de Barbacena suspendeu a derrama e expediu ordens de prisão contra os inconfidentes. Tiradentes, que viajara para o Rio de Janeiro com o objetivo de adquirir armas, foi preso naquela cidade.
O Processo contra os inconfidentes arrastou-se durante dois anos. A sentença inicial condenou à morte vários destes e ao degredo outros. Posteriormente, a Rainha Dona Maria I comutou todas as sentenças de morte, modificando-as para degredo, com exceção da sentença de Tiradentes.
2006-07-16 07:58:14
·
answer #1
·
answered by wendell a 7
·
0⤊
0⤋