A musicoterapia proporciona momentos de relaxamento e abstrações e ajuda como terapia complementar em vários momentos da vida de uma pessoa. No trabalho, na hora da ginástica laboral, em cursos, capacitações, no cotidiano, etc.
No caso de pessoas com problemas de saúde, a musicoterapia associada a outras práticas pode contribuir muito para com o processo de recuperação das pessoas, permitindo a elevação de sua auto-estima e condição momentânea.
2006-07-07 18:07:53
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answered by Anonymous
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Musicoterapia usa identidade musical para ativar cérebro
Extraído do artigo de Gianpiero Gasparini, para a Folha de S. Paulo
Um dito popular diz que "quem canta seus males espanta". Os musicoterapeutas vão além. Para eles, apenas escutar a música certa no momento adequado já provoca efeitos significativos na mente e no corpo do ouvinte. Respaldada por ciências como neurologia, psicologia, fisiologia e a própria música, a musicoterapia é, como o próprio nome indica, a aplicação da música (som, ritmo, melodia e harmonia) com finalidades terapêuticas.
Para entender a musicoterapia, é necessário primeiro compreender a ação da música no organismo. Ao chegarem aos ouvidos, os sons são convertidos em impulsos que percorrem os nervos auditivos até o tálamo, região do cérebro que é considerada a estação central das emoções, das sensações e dos sentimentos. Os impulsos provocados pela música no cérebro repercutem em todo o corpo e podem ser detectados pelas novas técnicas de escaneamento cerebral -ou neuroimagem. O ritmo musical influencia os padrões de sono e vigília, a respiração, os batimentos cardíacos, a circulação sanguínea e as secreções de diversas glândulas, por exemplo.
Ao analisar essas alterações fisiológicas, os especialistas conseguem desenvolver terapias específicas para doenças físicas e mentais e também para gerar bem-estar.
Todos podem se beneficiar da musicoterapia. Ela produz bons resultados em pessoas com problemas de comunicação -desde os autistas, que vivem isolados em um mundo próprio, até os tímidos, que têm dificuldade de expressar emoções.
Naná e as crianças
Um exemplo dos efeitos da musicoterapia foi o trabalho iniciado em 1971 pelo músico pernambucano Naná Vasconcelos. Quando estava em temporada de shows na França, foi convidado para trabalhar numa clínica de psicoterapia infantil. Ele repetia os sons que as crianças faziam e acrescentava outros, como se estivesse compondo de improviso.
Depois de dois anos dessa "brincadeira musical", todos ganharam. As cerca de 80 crianças -que apresentavam síndrome de Down, autismo, epilepsia e distúrbios de sociabilidade- apresentaram melhora na coordenação motora, na dicção e na comunicação. E Naná criou boa parte das técnicas de percussão corporal que lhe deram reconhecimento internacional.
A arquiteta Laura Maria Capelas Fruchi, 39, resolveu procurar um musicoterapeuta ao perceber que seu filho Guilherme, 3, respondia a estímulos musicais. O menino sofre de esclerose tuberosa, doença de origem hereditária caracterizada por más-formações neurológicas, e precisou extirpar um nódulo cerebral. Essa cirurgia atingiu a região responsável pela linguagem.
Há um ano e meio fazendo sessões semanais de musicoterapia, Guilherme já demonstra progressos na comunicação e na coordenação motora. O desafio é estimular o lado direito do cérebro para que o órgão reorganize suas funções e consiga desenvolver a linguagem.
A musicoterapia também tem tido um papel importante na reabilitação do músico Herbert Vianna, que sofreu traumatismo craniencefálico em um acidente aéreo, em 2001. As lesões afetaram a memória recente. "Ao trabalhar com suas músicas mais novas, ele está exercitando novas redes e conexões neuronais para reabilitar a memória", explica a doutora em neuropsicologia Lúcia Willadino Braga, membro da equipe médica que trata o músico no Hospital Sarah Kubitscheck, em Brasília.
Geralmente, o tratamento com um musicoterapeuta começa com a determinação da identidade musical do paciente. A partir do histórico musical e de um contato com instrumentos de percussão simples, o especialista identifica qual o repertório e a experiência musical que atendem às necessidades do paciente.
Essa abordagem é baseada no princípio conhecido como "iso" ("igual", em grego), que significa que a qualidade de humor da música deve ser igual ao humor ou à emoção de cada pessoa.
Definido o repertório básico, o musico-terapeuta propõe sessões de música passiva (só audição) ou de interação com o paciente, utilizando instrumentos musicais. A intenção não é aprender a tocar, mas sim desenvolver habilidades específicas, como coordenação motora, ou promover o equilíbrio emocional.
As emoções seguem um fluxo constante. Na maior parte do tempo, são passageiras e brandas. Mas, se uma emoção domina a psique, ocorre um desequilíbrio emocional. A musicoterapia ajuda a equalizar as emoções novamente.
Frequentadora de sessões de musicoterapia há mais de quatro anos, a pianista e compositora Naia Sampaio, 80, diz buscar o autoconhecimento, o controle das próprias emoções e o bem-estar por meio da música. "O trabalho me ajudou a otimizar o conhecimento dos efeitos e dos benefícios da música sobre mim."
Rosimary Nakano Cavalli Rodrigues, 37, bióloga e educadora, considera a música uma forma de terapia contínua. Ela pode dar prosseguimento ao processo fora do consultório, pois o repertório baseado em sua identidade musical está sempre à disposição. Rodrigues faz musicoterapia há três anos com o objetivo de "equilibrar o lado racional, que é preponderante, e o emocional". Ela afirma também que a música a ajudou a reduzir o estresse em casa e no trabalho.
Controle da dor
Emoções e habilidades não são os únicos aspectos trabalhados. Renato Sampaio, professor de musicoterapia na Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), desenvolve uma pesquisa com pacientes que sofrem de dor crônica, causada por disfunção da articulação temporomandibular.
Em primeiro lugar, o musicoterapeuta identifica a música que age como "analgésico" para aquela pessoa. Depois, o paciente aprende a se distrair da dor, orientando sua percepção para a música. Isso é possível porque a dor e a música mobilizam as mesmas regiões do cérebro para serem processadas. "Como só passa um estímulo por vez, a música toma o lugar da dor", explica Sampaio.
Onde:
Ubam (União Brasileira das Associações de Musicoterapia): tel. 0/xx/11/5058-3791; www.ubam.hpg.ig.com.br
Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto): tels. 0/xx/ 16/603-6907 e 0/xx/16/ 603-6908
UniFMU (Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas): tel. 0800-16-3766
Fonte: Folha Online
2006-07-08 02:20:34
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answered by nudacarol 3
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