O canário é mais conhecido pelos nomes de “canário-belga” e “canário-do-reino” sendo que ambos os nomes são, na verdade, bastante impróprios, pois o primeiro sugere que a origem dessa ave seja a Bélgica e o segundo, uma denominação mais antiga, ganhou tal nome (desde o Brasil Colônia), porque os canários vinham geralmente de Portugal (o Reino) e o nome foi adotado para distingui-lo do canário nativo do Brasil, o canário-da-terra (Sicalis flaveola).
Ainda quanto ao nome de canário-belga, este se originou, segundo alguns autores, da fama alcançada, no início do século, por alguns exemplares importados da Bélgica e segundo outros porque os canários chegavam ao Brasil geralmente em navios belgas, de qualquer forma, os dois nomes são, totalmente inadequados, pois a verdadeira pátria do Serinus canario é o arquipélago das Ilhas Canárias, situado próximo à costa noroeste africana, de onde foi levado para a Europa e criado como pássaro canoro há mais de 300 anos.
Os atuais exemplares encontrados nos criatórios já são bastante diversos do seu ancestral selvagem, que ainda existe nas Ilhas Canárias e são produto de seleção artificial conduzida pelo homem, caracterizando-os e assim como animal completamente domesticado e selecionado em diversas raças bem distintas entre si. Pelo exposto até aqui, o nome mais adequado para esse pássaro é, sem dúvida, canário doméstico.
A criação e seleção das raças de canário bastante antiga. No entanto, os principais esforços na caracterização de raças bem diferenciadas ocorreram somente à partir do século XIX, onde estão as origens das principais raças criadas na atualidade. Os países que mais se destacaram durante esta fase foram Alemanha, França, Inglaterra, Bélgica, Holanda e Itália, mas é sobretudo, na segunda metade do nosso século que a canaricultura atinge a sua maioria sendo que, atualmente, existem três linhas de seleção bem distintas: Canários de Cor, Canários de Porte e Canários de Canto.
O canário de cor é, de longe, mais criado em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde é muito popular e conhecido pelo nome de canário Roller. Aparentemente esta raça começou a ser formada na Alemanha como canário de canto, mas ao longo da sua evolução, as muitas mutações surgidas na coloração da sua plumagem determinaram uma mudança de direção na sua linha de seleção, passando a cor a ser principal critério de julgamento nos concursos.
As raças de porte são inúmeras e não poderíamos aqui citar todas elas mas, embora sejam menos populares que o Roller de cor (algumas são até mesmo raras, não só nas exposições, mas também nos seus próprios países de origem), algumas atualmente se destacam nas exposições e concursos, mostrando uma clara tendência decrescimento no número de adeptos, em especial a raça Gloster. Além do Gloster Corona e do Gloster Consorte, podemos citar como principais quesitos não a cor, mas a forma e dimensões do corpo, aspecto e padrão de plumagem, posição adotada e postura do corpo etc, conforme o padrão específico de cada raça: Yorkshire, Bernois, Raça Espanhola, Border, Fife Fancy, Norwich, Lizard, Frisado Parisiense, Bossu Belga, Frisado do Norte, Frisado Suíço, Hoso Japonês, Giber Italicus, Giboso Espanhol, Frisado de Cor, entre outras.
Quanto aos canários de canto, a Alemanha sempre foi a mais dedicada das nações, sendo a pátria do Canário de Canto Clássico, também conhecido pelas denominações de Canário Harz, Harzer Roller, Deutsch Edel Roller ou simplesmente Roller, o que pode se prestar a confusões com os canários de cor, sendo que a confusão acaba na hora em que se escuta seu canto, completamente distinto do canto comum das raças de cor e porte. Como fica evidente, o quesito básico para o julgamento dessas aves é o canto, que deve obedecer a determinados padrões, sendo que normalmente as aves de um mesmo criador são julgadas em quartetos, devem ser harmoniosas, embora, em casos especiais, possam ser julgados individualmente. Além do Harz Canto Clássico, existem o Timbrado Espanhol, o Cantor Americano (American Singer), ambos com canto comum, porém melhorado se comparado com as raças de cor e porte e, finalmente, um outro cantor de vocalização e timbres particulares, completamente distintos das demais raças, o Canário Malinois, de origem belga e que vem ganhando espaço cada vez maior entre os adeptos dos canários de canto.
2006-07-04 20:09:04
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answer #2
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answered by nudacarol 3
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