Historiograficamente é recortado de 1337 a 1453. As suas causas remotas prendem-se ao fato de que, desde Guilherme, o Conquistador, os monarcas ingleses controlavam extensos domínios senhoriais em território francês, ameaçando o processo de centralização monárquica da França que se esboçava desde o século XII.
No século XII, o rei Henrique II da Inglaterra casou-se com Leonor da Aquitânia e, segundo as tradições feudais, tornou-se vassalo do rei da França nos ducados da Aquitânia (Antiga Guiena, Guyenna ou Guyenne) e Gasconha. Desde então as relações entre os reis da Inglaterra e França foram marcadas por conflitos políticos e militares. Isso culminou na questão da soberania sobre a Gasconha. Pelo Tratado de Paris (1259), Henrique III de Inglaterra abandonara suas pretensões sobre a Normandia, Maine, Anjou, Touraine e Poitou, conservando apenas a Gasconha. Os constantes conflitos vinham pelo fato do rei inglês, que era duque da Gasconha, ressentir-se de ter de pagar pela região aos reis franceses e de os vassalos gascões frequentemente apelarem ao soberano da França contra as decisões tomadas pelas autoridades inglesas na região.
As influências francesa e inglesa em Flandres (atual Bélgica e Países Baixos) eram também opostas, pois os condes deste território eram vassalos da França e, por outro lado, a burguesia estava ligada economicamente a Inglaterra. Além do intenso comércio estabelecido na região, Flandres era importante centro produtor de tecidos, que consumia grande parte da lã produzida pela Inglaterra. Essa camada urbana vinculada à produção de tecidos e ao comércio posicionava-se a favor dos interesses ingleses e portanto, contra a ingerência política francesa na região. Resolveram, flamengos e ingleses, estabelecer uma aliança, que irritou profundamente o rei da França, também interessado na região.
Retrato do monarca inglês Eduardo III.O estopim dos conflitos foi a pretensão do rei Eduardo III de Inglaterra, da dinastia Plantageneta, à sucessão do trono francês.
O Conde de Nevers, regente de Flandres desde 1322, prestou juramento de obediência ao seu suserano Filipe de Valois, decisão que poderia paralisar a economia flamenga, pois, com a morte do terceiro e último filho de Filipe IV, o Belo (Carlos IV, 1328), o trono da França passou para um de seus sobrinhos, justamente Filipe de Valois, que adotou o nome de Filipe VI.
Eduardo III (neto, por parte da mãe, de Filipe IV, o Belo) reconhece Filipe VI em Amiens em 1329; no entanto, após a intervenção de Filipe VI na Flandres apoiando o conde contra os amotinados flamengos, Eduardo III suspende as exportações de lãs. A burguesia flamenga forma um partido a favor do rei de Inglaterra incitando-o a proclamar-se rei de França. Assim Eduardo III, instigado por Jacques Artervelde - rico mercador que já havia liderado uma rebelião na cidade flamenga de Gand - e temendo perder o ducado francês de Guyenne - mantido como feudo de Filipe VI -, repudiou o juramento de Amiens e alegou a superioridade de seus títulos à sucessão, uma vez que era filho de Isabel, irmã de Carlos IV de França, monarca da dinastia Valois, falecido em 1328. Na França, Filipe VI, primo do falecido, argumentava que a Coroa não podia ser herdada por linha feminina (lei sálica).
Os franceses acusavam os ingleses de desenvolverem uma política expansionista, percebida pelos interesses na Guyenne e em Flandres. Já os ingleses insistiam em seus legítimos direitos políticos e territoriais na França. Após uma série de discussões, Filipe VI tomou Guyenne aos ingleses em 24 de Maio de 1337. Eduardo respondeu imediatamente não reconhecendo mais "Filipe, que dizia ser rei da França". Iniciava-se a Guerra dos Cem Anos. A situação se deteriorou diante do auxílio francês à independência da Escócia, cujo trono Eduardo III vinha tentando conquistar.
2006-06-13 02:11:31
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answer #1
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answered by Mayra 2
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A expressão Guerra dos Cem Anos identifica uma série de conflitos armados, registrados de forma intermitente, durante o século XIV e o século XV, envolvendo a França e a Inglaterra. A longa duração desse conflito explica-se pelo grande poderio dos ingleses de um lado e a obstinada resistência francesa do outro. Ela foi a primeira grande guerra européia que provocou profundas transformações na vida económica, social e política da Europa Ocidental. A França foi apoiada pela Escócia, Boémia, Castela e Papado de Avignon. A Inglaterra teve por aliados os Flamengos e alemães.
2006-06-13 10:11:19
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answer #2
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answered by Anonymous
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