Por Irene Klotz
SAN FRANCISCO (Reuters) - Um asteróide pode aproximar-se de maneira perigosa da Terra em 2036 e a Organização das Nações Unidas (ONU) deve assumir a responsabilidade por uma missão especial para desviá-lo, disse no sábado um grupo de astronautas, cientistas e engenheiros.
Astrônomos estão monitorando um asteróide chamado Apophis, que tem uma chance em 45 mil de atingir a terra no dia 13 de abril de 2036.
Apesar de a chance de impacto deste asteróide específico ser baixa, uma recente ordem do Congresso para a Nasa aumentar suas atividades de monitoração de asteróides perto da Terra no futuro próximo deverá revelar centenas, se não milhares, de pedras especiais que ameaçam o espaço no futuro próximo, disse o ex-austronauta Rusty Schweickart.
"Não estamos observando apenas o Apophis. Todos os países estão em risco. Precisamos de uma série de princípios gerais para lidar com este tema", disse Schweickart, membro da tripulação da Apolo 9 que orbitou a Terra em março de 1969, durante conferência da Associação Americana de Avanço da Ciência, em San Francisco.
Schweickart pretende apresentar uma atualização na próxima semana ao Comitê da ONU de Uso Pacífico do Espaço, sobre planos de elaboração de regras para a resposta global à ameaça de um asteróide.
A Associação de Exploradores Espaciais, grupo formado por ex-astronautas e cosmonautas, pretende realizar uma série de seminários de alto nível neste ano para elaborar o plano e fará uma proposta formal à ONU em 2009, disse.
Schweickart quer que a ONU adote medidas para lidar com ameaças de asteróides e decida se e quando agir.
A maneira preferida para lidar com um asteróide potencialmente mortal é mandar uma nave que usaria a gravidade para alterar a rota do objeto, para que não mais ameace a Terra, disse o astronauta Ed Lu, veterano da Estação Espacial Internacional.
O chamado Propulsor de Gravidade poderia manter uma posição perto do asteróide que representa ameaça, exercendo uma força leve que, ao longo do tempo, desviaria a pedra.
No caso de um asteróide do tipo do Apophis, que tem 140 metros de comprimento, a ação para mudança de curso levaria cerca de 12 dias, disse Lu.
Os custos da missão são estimados em 300 milhões de dólares.
O lançamento antecipado de uma missão para desviar um asteróide reduziria a quantidade de energia necessária para mudar sua rota e aumentaria a chance de sucesso, afirmou Schweickart.
A NASA afirma que o efeito exato de um impacto do objeto de 140 metros na Terra dependeria da composição do asteróide e do ângulo de impacto.
Paul Slovic, presidente da Decision Research, empresa de Oregon que estuda julgamentos, processos de decisão e análises de risco, disse que o asteróide pode acabar com uma cidade ou com uma região inteira.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/2007/02/18/ult27u60192.jhtm
2007-02-24
00:52:21
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